sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Mas olha que descoberta! Eu tenho um blog!

(Faz tanto tempo que já nem me lembrava mais...)

Feliz 2012. Vou me lembrar de poemar.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Poema

(Ney Matogrosso)

Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Vinte e Nove

(Legião Urbana)

Perdi vinte em vinte e nove amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
(Já que você não me quer mais)

Passei vinte e nove meses num navio
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove, com o retorno de Saturno
Decidi começar a viver.

Quando você deixou de me amar
Aprendi a perdoar
E a pedir perdão.
(E vinte e nove anjos me saudaram
E tive vinte e nove amigos outra vez)

***

Vinte e nove anos. Com um pezinho quase lá na minha terceira década de vida, comemoro estes meus vinte e nove anos agradecendo a Deus por tudo o que tenho e pelo que não tenho. Por tudo o que sou e pelo que gostaria de ser... (e gostaria de ser tanta coisa, e gostaria de viver tanta coisa...) Mas, enfim, agradeço por viver, o que já é um grande presente, sem sombra de dúvida.

E agradeço também cada pessoa que passou pela minha vida. Se foi, se ficou, isso não importa. O que importa é que, sem cada uma dessas gentes que conheci, ainda que por dois minutos ou vinte e nove anos, eu não seria eu mesma.

E agora chega de filosofia, o que eu quero é comemorar!!!

Iuuuuuuuuuuupppppppppppiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Cabine de gravação

Estou num lugar onisciente:
Vejo, mas não sou vista.

E não vejo nisso privilégio.

Porque desconfio que também
- para além da película que cobre o vidro -
Eu sinta.
Mas não seja sentida.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O dia mais longo

Os últimos meses têm sido de uma correria tremenda. E não é desculpa, aquela de sempre, quando eu digo para meus amigos, ou meus irmãos, ou meus pais: "desculpa, não deu tempo de ligar." Nunca estive tão atarefada, e de verdade.

A culminância de todo esse período de intensas atividades no local onde trabalho foi a Sessão de Julgamento de um processo de cassação da Prefeita Municipal. Eu comecei meu expediente às 8 horas da manhã do dia 14 de outubro e só saí do Parlamento às 19 horas do dia 15 de outubro. 35 horas a fio. 35 horas trabalhando. 35 horas. 35.

Ainda não acredito nisso. Mas sobrevivi. Cumpri com esmero a tarefa que me cabia.

E vi cenas bastante comovedoras. Embora toda a pressão política, embora toda a questão polêmica, foram 35 horas de convívio e isso foi o que mais me marcou. Ao final de tudo, todos nós sentimos fome, comemos uma bolachinha, ficamos com os olhos inchados de sono, sentimos dor nas pernas, cochilamos em momentos impróprios, vimos o anoitecer, o amanhecer, e mais um anoitecer dentro da Câmara Municipal. Houve quem sentisse frio, quem sentisse calor, quem sentisse a pressão alta, quem sentisse formigamento nas pernas, e houve quem cantou, quem riu, quem ficou sério, quem não disse nada, quem disse muita coisa. Não importa se era Parlamentar, funcionário, assessor, ouvinte. Todos participamos de um momento histórico da cidade.

Ao fim e ao cabo, independente do resultado, foi um momento muito marcante para mim, pela experiência de vida que me proporcionou.

Como ponto negativo, apenas dois fatos: o de ouvir meu filho me dizendo: "tô com dor de barriga, de tanto tu trabalhar", e fato de ter passado longe do César justo o dia de seu aniversário, 14. Aos dois, minhas desculpas.

E aos demais colegas de jornada, meus agradecimentos pela parceria.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Expointer 2011


No sábado de sol,

Augusto andou a pé pelas ruas do centro de POA
e andou de trensurb
e foi à Expointer
e subiu num trator
e fez carinho numa ovelha
e viu um terneirinho
e comeu chiclete

tudo isso pela primeira vez.

No sábado de sol,

Teresa lembrou do dia em que era criança

e andou de trensurb
e foi à Expointer
e subiu num trator
e fez carinho numa ovelha
e viu um terneirinho.

A gente revive a vida nos filhos.



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Pergunta retórica


Augusto, no meio da sala, de repente exclama:

- Ó, céus, o que aconteceu comigo?

Eu, assustada, saí correndo:

- O que foi, filho?

- Nada mãe, essa foi só uma pergunta retórica.

- Uma o quê?

- Uma pergunta retórica. Não precisa responder.


(Juro, fiquei embasbacada. Um guri de quatro anos te dizer isso assim, na lata, é pra cair os butiás do bolso mesmo. Depois fui descobrir que ele tinha visto isso num filmezinho, o "Leroy e Stitch", no qual o monstrinho fala o tempo todo em pergunta retórica. Mas fiquei impressionada. O guri vai me dar trabalho na escola... Ou não, vai ser um orgulho, enfim. Ah, chega de corujice, rsrs)